sábado, 1 de outubro de 2011


Alice não imaginava que seu mergulho não era na loucura, e sim em uma doença mental rara: transtorno de múltipla personalidade. Até ser diagnosticada, ela ouvia vozes, era tomado por pesadelos e lembranças horripilantes.
De repente, "personalidades alternativas" tomaram conta de seu dia a dia, e Alice já não era apenas Alice: era a professora, o bebê Alice [...], todos com memórias passadas que emergiam a cada instante.
A primeira vez ouvi vozes, eu estava no meu quarto. Dire Straits tocava baixinho enquanto eu estudava.
-Para seu avô, para deixá-lo orgulhoso. A voz interrompeu no quarto. Era como se alguém houvesse gritado a pouca distância.
Quase dei um pulo. Olhei ao redor. A porta estava fechada. Não ouvia ninguém ali.
-Sem isso, você não é nada, garota.
Ali estava a voz de novo. Desliguei o som e fiquei de pé perto da cama, tremendo. Eu sabia exatamente ao que a voz estava se referindo: ela estava falando das provas para o nível elementar. Eu queria me sair bem por várias razões.
O que veio em seguida me deixou petrificada.
-Você não vale nada. Você devia morrer.
Voltei a ouvir Dire Straits e coloquei no volume máximo. Não fez diferença: haviam vozes bombardeando meu cérebro - não uma, mas duas, ou três, ou mais, uma pequena multidão que se reunira para caçoar de mim.

#HojeEuSouAlice . Obrigada Alice Jamieson por acabar com meu sonho de lançar minha autobiografia.

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