segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"A caridade é a felicidade dos que dão e dos que recebem."

Rosa Medeiros da Silva, uma viúva solitária, formada na arte de viver. Morava em uma pequena casa alugada, a qual ela achava confortável, na periferia da cidade de Inhuma, no Piauí. Guardava na memória lembranças de seu filho, assassinado por tentar defender a mãe em um assalto. Desde esse dia a vida de Rosa tornara-se mórbida, melancólica. Viu no jornal que o assassino havia sido preso por tráfico, mas sabia que como o jovem ainda não alcançara a maioridade penal, não ficaria no presídio por muito tempo.
Às seis horas da manhã, dona Rosa saia para caminhar, pois o "dotô Lobato" havia recomendado exercícios para abrandar seus problemas cardíacos e atenuar as marcas psicológicas, oriundas da perda do filho amado. Era o único horário do dia em que a pobre senhora assistia com um pouco de entusiasmo o espetáculo da vida.
Dona Rosa dizia não ter problemas de coração, o mal que ela sofria era a saudade de seu filho. Certo dia, ao sair para caminhar encontrou com o garoto que matou seu filho. O jovem estava caído na calçada, tremendo, ferido. Ela ainda recordava com facilidade do rosto dele e tinha certeza de que era aquele o menino pois tinha sonhado com ele várias vezes desde o ocorrido. Dona Rosa não teve dúvidas do que deveria fazer: pegou o menino, levou para sua casa, limpou-lhe os ferimentos e o alimentou. Além disso, resolveu educar e adotar o rapaz.
Pedro, o ex criminoso não lembra do triste acontecido pois estava drogado, e foi ela quem o tirou do vício.
Anos mais tarde, quando lhe contou o que aconteceu, o jovem perguntou por que dona Rosa tinha cuidado tão bem dele mesmo tendo matado seu único filho. Dona Rosa, como resposta disse que era seu dever, porque Deus nos ensina que todos somos irmãos e temos que ajudar uns aos outros, Jesus fez ela se comover com a situação do garoto e reconhecer que o menino errou porque estava fora de si, drogado e perdido. Foi Jesus quem fez ela amar e cuidar do jovem como seu próprio filho. E disse que se todos tivessem esse amor e ajudassem quem precisa teríamos uma sociedade solidária e um mundo melhor pra viver. Ainda falou que recebeu uma recompensa divina por sua ação: a companhia do garoto.

Temos na Bíblia sagrada a parábola do bom samaritano. O sentido literal desta parábola é dar um exemplo de amor ao próximo, desinteressado, verdadeiro e puro, Jesus contou esta parábola ensinar como devemos nos comportar com o nosso próximo e quem é este próximo. O texto que escrevi foi justamente para reforçar a mensagem básica do cristianismo "amar o próximo com a si mesmo". Infelizmente, esse princípio muitas vezes tem se enfraquecido em nosso meio. Postei a um tempo atrás um texto que dizia que brasileiros, em geral, têm se esmerado com ações solidárias. É verdade, se somos luz,  precisamos fazer a diferença. É perceptível, atualmente, que não são todos os cristãos que gostam de ajudar aos necessitados. Para chegar a este amor é necessário se ter a compaixão, a piedade, a caridade.
O Bom Samaritano amparou o desvalido porque teve compaixão. Exemplos como a Dona Rosa, que seguindo o exemplo de Deus, perdoou quem feriu seu filho e esqueceu do seu sacrifício, cuida do jovem com amor. Não podemos nos dedicar à religião para resolver apenas nossos problemas pessoais, a preocupação com próximo tem de estar presente todos os dias.
A caridade antecede o Amor!

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